
" Foi o primeiro a desinfetar a atmosfera sufocante difundida pela fotografia convencional, especializada em retratos, durante a época da decadência. Ele saneia essa atmosfera, purifica-a: Começa a libertar o objeto da sua aura, nisso consistindo-o mérito mais incontestável da moderna escola fotográfica(...)
' Buscava as coisas perdidas e transviadas, e, por isso, tais imagens se voltam contra a ressonância exôtica, majestosa, romântica, dos nomes da cidade; elas sugam a aura da realidade como uma bomba suga a água de um navio que afunda(...)"

"E nada sabiam "sobre aquele homem que passava a maior parte do tempo percorrendo os ateliês, com suas fotos, vendendo-as por alguns cêntimos...Ele atingiu o pólo da suprema maestria, mas na amarga modéstia de um grande artista, que sempre viveu na sombra, deixou de plantar ali o seu pavilhão. Por isso muitos julgam ter descoberto aquele pólo, que Atget já alcançara antes deles." Com efeito as fotos parisisenses de Atget são precursoras da fotografia surrealista, a vanguarda do único destacamento verdadeiramente expressivo que o surrealismo consegui pôr em marcha."

Benjamin, Pequena história da fotografia, in: Obras escolhidas. Vol. 1.
Áh! Euène Atget, nasceu em 1857 na cidade francesa de Libourne.
Nenhum comentário:
Postar um comentário